O tradicionalismo foi inaugurado como um movimento pelos intelectuais ligados ao Partenon Literário, fundado em 1868, associação que tinha entre seus objetivos prestigiar o folclore e o regionalismo, buscando definir a identidade cultural do estado e desenvolvendo intensa atividade literária onde o gaúcho figurava em relevo. As tradições continuaram sendo prestigiadas ao longo do século XX, com variados enfoques e motivações, especialmente depois da fundação do Centro de Tradições Gaúchas 35 em 1948, que serviu de modelo para o surgimento de um grande número de entidades semelhantes pelo Brasil afora, pelo apoio da oficialidade, e pela organização do Movimento Tradicionalista Gaúcho em 1966, uma instituição que estabeleceu suas diretrizes ideológicas e práticas básicas, regulamentadas por extensa documentação.
História do MTG - Movimento Tradicionalista Gaúcho
A história do Movimento Tradicionalista Gaúcho pode ser contada a partir de vários momentos. Alguns reconhecem como ponto de partida a fundação do Grêmio Gaúcho, por Cezimbra Jacques, em 1989.
Outros, a ronda gaúcha, no Colégio Júlio de Castilhos, de 1947. Ainda há quem defenda como marco inicial a fundação do 35 CTG, em abril de 1948 ou a realização do 1º Congresso Tradicionalista Gaúcho, em 1954, ou ainda, a constituição do Conselho Coordenador, em 1959.
Porém, o importante é que, em 1966, durante o 12º Congresso Tradicionalista Gaúcho realizado em Tramandaí, foi decidido organizar a associação de entidades tradicionalistas constituídas, dando-lhe o nome de Movimento Tradicionalista Gaúcho, o MTG. Assim é que, desde 28 de outubro de 1966, a Instituição se tornou conhecida como MTG.
Muitas pessoas contribuíram para que o MTG se tornasse uma organização reconhecida e respeitada. Nas atividades diárias, nos congressos e convenções, nos eventos de âmbito estadual, nos debates sobre a história, música, folclore, cavalgadas, fandangos, jovens, família, valores, princípios, crenças e tudo o mais que fascina os tradicionalistas, destacaram-se figuras importantes do movimento, tais como Manoelito de Ornellas, Glaucus Saraiva, Hugo da Cunha Alves, Guilherme Schults Filho, Gerciliano Alves de Oliveira, Ieno Severo, Vasco Mello Leiria, Cyro Dutra Ferreira, Hélio Moro Mariante, Luiz Carlos Barbosa Lessa, João Carlos Paixão Cortes, Wilmar Winck de Souza, Lilian Argentina, Edson Otto, entre tantos.
No ano de 2016, comemoramos cinco décadas de uma entidade que está entre as maiores da sociedade brasileira. São quase 1700 entidades juridicamente constituídas e quase um milhão de associados. Um fabuloso exército de pessoas que acreditam nas mesmas coisas e se dedicam aos mesmos fazeres culturais.
O MTG é um orgulho do Rio Grande do Sul, não só pela estrutura que possui no Estado, mas pela dimensão mundial que tomou. No Brasil temos oito federações e uma Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha. No exterior há mais de 20 núcleos em que a cultura, a história e os costumes do Rio Grande são vivenciados diariamente. A Confederação Internacional da Tradição Gaúcha reúne Brasil, Argentina e Uruguai na mesma ideia de preservação da cultura gauchesca.
Ao longo da sua história, o MTG funcionou em três endereços, sempre em Porto Alegre: na Rua dos Andradas, próximo do Gasômetro, no Centro Administrativo do Estado e na Rua Guilherme Schell, 60, local onde possui sua sede atual. Esta sede foi doada ao MTG pelo Governo do Estado, sendo que a construção foi obra do trabalho e esforço dos tradicionalistas liderados pelo presidente Dirceu de Jesus Brizzola.
A inauguração ocorreu em dezembro de 1998.
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